O Brasil é líder mundial na incidência de raios por ano, de
acordo com dados do INPE- Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.
País registra 78 milhões de descargas elétricas por ano.
Segundo o Inpe, raios mataram 1.790 pessoas entre 2000 e 2014
A cada 50 mortes por raio no mundo, uma acontece no Brasil
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A primavera e o verão, as estações mais quentes do ano, são
também um período de alerta para a população brasileira. Isso porque 90% dos 50
milhões de raios que caem no Brasil são registrados neste período.
O País é líder mundial na incidência deste fenômeno, que
provocou a morte de 1.790 pessoas entre 2000 e 2014, segundo o Grupo de
Eletricidade Atmosférica (Elat) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inpe). A cada 50 mortes por raio no mundo, uma acontece no Brasil.
Para se ter uma ideia, a descarga gerada por um relâmpago tem intensidade mil vezes maior que a corrente elétrica que passa por um fio de chuveiro elétrico. As temperaturas de um raio podem chegar a 30 mil graus Celsius, cinco vezes mais elevada que a da superfície do Sol.
"A maioria delas [mortes] acontece em campos abertos,
como áreas de agricultura, campos de futebol e na praia, principalmente por
correntes indiretas dos raios, que vêm pelo chão. O perigo não é só o raio em
si, mas a corrente elétrica que pode ser descarregada no solo", explicou o
coordenador do Elat, Osmar Pinto Junior.
A prevenção continua sendo o principal meio para evitar
mortes provocadas por raios. Durante as tempestades, deve-se evitar locais
altos, sentar embaixo de árvores ou deitar no chão. A pessoa também deve manter
distância de locais com poças de água e objetos que possam conduzir a
eletricidade, como linhas de energia e cercas de arame farpado.
Monitoramento
Diante desse quadro, o Elat desenvolveu uma rede de sensores
que monitora a ocorrência de raios em todo o território brasileiro, chamada
Rede BrasilDAT. Na página da unidade, é possível acompanhar em tempo real os
dados coletados por cerca de 70 sensores espalhados pelo País que detectam a
radiação eletromagnética emitida pelos raios.
O Elat também trabalha para disponibilizar ao público o
serviço de previsão de raios com 24 horas de antecedência. A ferramenta foi
testada em caráter piloto nos dois últimos verões e está sendo aperfeiçoada
pela equipe de pesquisadores para restringir a área de ocorrência das descargas
elétricas.
"Essa metodologia foi desenvolvida por dez anos, e a
estamos aperfeiçoando para conseguirmos chegar a uma margem de 15 quilômetros
de área. Hoje, temos uma mensuração de uma área bem maior, de quase cem
quilômetros. Com a otimização da ferramenta, o cidadão vai ficar melhor
informado", disse.
Como se formam?
As tempestades de raios têm maior incidência durante os
meses de primavera e verão por causa do choque de massas de ar com temperaturas
diferentes. O ar fica mais quente e é mais facilmente transportado para as
camadas superiores da atmosfera. A partir de cinco quilômetros de altura, ele
começa a formar cristais de gelo no interior das nuvens.
O choque das partículas dentro das brumas deixa os átomos
eletricamente carregados, dando origem a uma faísca que dá início ao raio. À
medida que a fagulha se aproxima do solo, inicia-se uma descarga do chão para a
nuvem. Quando as duas se unem, acontece o raio.
Quer saber quantos raios caem em sua cidade ou mais dados
estatísticos, acesse http://www.inpe.br/webelat/homepage/
Fonte: Portal Brasil, com informações do Ministério da
Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações
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