Os danos às correias podem ser divididos em dois grupos: desgaste normal e danos evitáveis. O desgaste devido à operação, considerado desgaste normal, pode ser gerenciado e minimizado prolongando a vida útil da correia. Nesse caso, certo nível de desgaste é considerado aceitável.
Os danos evitáveis não podem ser totalmente prevenidos, mas podem ser minimizados através do projeto apropriado do transportador e do gerenciamento da manutenção. A seguir será demonstrado os principais danos que ocorrem em correia transportadora e suas possíveis causas.
TIPOS DE DANOS À CORREIA
Danos por Impacto
Danos por impactos são causados por materiais granulados grandes e afiados, atingindo com velocidade a cobertura superior da correia. Nesse caso, temos como resultado, arranhões e cortes aleatórios na cobertura superior conforme mostra a figura 01.
Danos por Material Preso
Os danos por material preso são vistos como sulcos próximo da extremidade onde a correia passa sobre calha-guia / vedações laterais conforme mostra a figura 02.
Danos na Extremidade da Correia
Esse tipo de dano é caracterizado pelo desgaste das extremidades da correia. Este desgaste reduz a largura da correia até um ponto em que ela não possa mais carregar a capacidade nominal do transportador.
O desalinhamento da correia é a maior causa de danos nas extremidades. Essas são diversas; vão desde estruturas desalinhadas, carregamentos descentralizados, acúmulos de materiais nos componentes rolantes, emedas fora de esquadro, armazenamento inadequado ou até mesmo o efeito do sol sobre apenas um lado da correia conforme mostra a figura 03.
Delaminação da Correia
Outra forma de dano vista nas extremidades da correia é a delaminação, através da qual as camadas da carcaça ou as coberturas se separam. Isso pode ser causado devido à passagem da correia em tambores com diâmetro menor do que o recomendado. Esta falha pode ser vista na figura 04.
Cobertura superior desgastada
Danos à cobertura superior são identificados quando ela é desgastada na área de carregamento da correia ou em toda a superfície superior.
As causas podem ser a abrasão no momento do carregamento, quando registra-se uma ação triturante sobre a cobertura criada pela queda livre do material no instante do carregamento quando a correia em movimento.
Outra causa é o atrito da cobertura superior com o material fugitivo não controlado, o qual se acumula no chão em espaços confinados e em componentes rolantes. Em termos práticos, pode-se afirmar que o material fugitivo age como uma ferramenta de desgaste que atrita constantemente a superfície superior da correia.
A figura 05 mostra o desgaste na cobertura superior da correia transportadora.
Rasgos e sulcos por objetos estranhos
Danos na forma de rasgos e sulcos são causados por sucatas metálicas oriundas das áreas operacionais e elas podem ser desde chapas de revestimentos de chutes até dentes de concha de carregadeira e/ou de britadores, entre outros.
Esses pedaços de metais podem ficar presos na estrutura do transportador, formando uma “faca” que corta a correia. Esse dano é o mais difícil de se controlar, porque ele ocorre muito rápido e frequentemente com efeitos catastróficos. Dispositivos anti-rasgos instalados no transportador podem amenizar os danos.
A figura 06 mostra os danos causados por objetos estranhos na correia transportadora.
Danos pelos raspadores da correia
O sistema de limpeza é necessário para remover o acúmulo de material agarrado na superfície superior, o que reduz a quantidade de material fugitivo ao longo do transportador e, portanto, preserva a vida útil da correia.
No entanto, raspadores de correias também têm efeitos negativos, principalmente pela excessiva pressão ou instalação desalinhada. Raspadores com alto nível de vibração podem arrancar lascas de borracha da superfície das correias. Caso ocorra qualquer dano nessa superfície, um raspador pode gerar vibração adicional aumentando o movimento e intensificando o ciclo de desgaste pela trepidação do raspador.
Este tipo de dano pode ser visto na figura 07.
Rachaduras na cobertura superior
Este tipo de dano na cobertura superior se apresenta de forma perpendicular à direção de movimento da correia, e pode ser causado por incompatibilidade entre a especificação da correia e diâmetro do tambor.
Curvar uma correia em um raio muito pequeno forçará demais a cobertura superior. Esta tensão na superfície, no sentido transversal, vai gerar rachaduras na borracha, expondo as camadas estruturais da correia, o que pode causar danos na carcaça interna da mesma conforme mostra a figura 08.
Danos por calor
O transporte de material quente também pode causar rachaduras na cobertura superior ou até mesmo a separação das camadas. As rachaduras por calor podem ser paralelas ou perpendiculares (ou ambas) à direção da correia.
Neste caso, a correia precisa ser devidamente especificação conforme a temperatura do material manuseado. Este tipo de dano pode ser visto na figura 09.
Falhas na correia por transição mal dimensionada
À medida que a correia se move ao longo do transportador, passando do estado plano para côncavo nos tambores terminais, o terço externo da correia se move mais rápido do que o terço central, portanto, o terço externo precisa esticar mais do que o interno.
Se esse esticamento ocorrer em uma distância muito curta, a correia pode se danificar no ponto onde os rolos externos responsáveis pela concavidade encontram o rolo plano central. Esse dano é provocado por transição mal dimensionada e pode chegar ao ponto de rasgar a correia em três pedaços distintos.
A figura 10 mostra o dano provocado por transição mal dimensionada na correia.
Envergamento da Correia
Este tipo de dano ocorre quando a correia tem uma curvatura permanente através da sua face perpendicular a sua direção de movimento. O envergamento pode ser causado pelo calor por ponto de transição, incompatível com a correia ou por um ângulo de concavidade muito severo para o tipo de correia conforme mostra a figura 11.
Curvatura da Correia
A curvatura ocorre longitudinalmente na correia, quando ela é vista do topo conforme mostra a figura 12. Se uma correia é composta de uma seção, ela pode ter mais de uma curvatura ou mesmo curvaturas conflitantes. Este tipo de dano pode ser criado durante a fabricação, armazenamento inadequado e/ou tensionamento impróprio da correia.
Essas curvas na correia produzem problemas de alinhamento frequentemente confundidos com emendas tortas. A diferença é que curvaturas e arcos produzirão movimento lento de lado a lado e emendas tortas produzem rápidos saltos no alinhamento da correia.
CONCLUSÃO
Neste artigo foi mostrado os principais danos que podem acontecer com correia transportadora. É importante conhecer estes danos e suas possíveis causas para contribuir na antecipação e prevenção das falhas de modo à evitar recorrências.
Uma boa rotina de manutenção pode contribuir consideravelmente na mitigação destes danos, mas vale ressaltar que correia esta sujeita a danos inerentes a rotina de manutenção como por exemplo danos que surgem durante a fabricação da correia, projeto do transportador, armazenamento, condições climáticas entre outros.
Vi em : Linkedin Willian Castro
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